A 5ª Conferência Mundial Sobre Combate às Desigualdades Econômica Racial e Étnicas, que será realizada em Vitória/ES – Brasil, entre os dias 26 e 29 de setembro de 2018, mantém o compromisso com as diretrizes assumidas por meio da Declaração e Programa de Ação de Durban (2001) e, seguindo a tradição dos demais eventos já realizados (Minneapolis, EUA [1996] / South Austrália, AUS [1998] / Durban, ZA [2001] / Minneapolis, EUA [2012]), pretende propor, ampliar e reafirmar as iniciativas de combate às desigualdades no mundo.
Mesmo passados quase 17 anos desde a elaboração do documento base na cidade africana em 2001, as demandas eleitas como urgentes à época continuam atuais. A realidade em diversas partes no mundo tem demostrado como a pobreza, o subdesenvolvimento, a marginalização, a exclusão social e as disparidades econômicas permanecem intimamente associadas ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e à intolerância correlata.
A importância da promoção desse debate é reforçada por iniciativas de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) que elegeu o período de 2015—2024 como a Década Internacional de Afrodescendentes (resolução ONU 68/237): “reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.
O cenário de recrudescimento do racismo responsável pela reprodução da desigualdade no acesso aos bens públicos e às oportunidades de desenvolvimento humano em países como o Brasil, somado à diversidade de formas de violência contra as minorias étnicas—raciais, reforçam a urgência da realização dessa Conferência.
Nessa esteira, a V Conferência, que receberá delegações da Austrália, de países africanos, sul—americanos, norte—americanos, asiáticos e europeus, pretende dar a sua contribuição a esse movimento de enfrentamento às desigualdades e ao racismo por meio da promoção de atividades como Cursos, Oficinas, Seminários e Fóruns.
O evento que não acabou! Assim ficou conhecida a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 31 de agosto e 8 de setembro de 2001, em Durban – África do Sul. Esse evento quase não contou com uma sessão de encerramento e somente conseguiu que o documento oficial fosse aprovado por meio da articulação e pressão dos atores envolvidos.
Apesar dos obstáculos, a Declaração e Programa de Ação de Durban (2001), como foi chamado o documento que consolidou os resultados dos debates, tornou—se um marco importante para o direcionamento das ações destinadas a combater as desigualdades étnico—raciais no mundo, sobretudo por ter decretado o Tráfico Transatlântico de Escravos como um Crime contra a Humanidade e requerido que os países começassem a focalizar sua responsabilidade na perpetuação desse comércio e que buscassem alternativas para reduzir os efeitos relacionados.
O Roy Wilkins Center for Human Relations and Social Justice, da Universidade de Minnesota (EUA) e o Instituto Internacional de Liderança, que participaram juntos da Conferência da ONU em Durban e já vinham promovendo debates sobre essas questões, passaram também a pautar dar continuidade aos ideais compartilhados na cidade sul africana, sendo a realização desta V Conferência reflexo dessa caminhada.
A seguir as conferências promovidas por essas entidades ao longo da história:
1996 — Minneapolis, EUA
1998 — South Austrália, AUS
2001 — Durban, ZA
2012 — Minneapolis, EUA
2018 — Vitória, BRA
O Núcleo de Estudos Afro—Brasileiros da Universidade Federal do Espírito Santo vem ao longo dos anos colaborando na promoção de debates e na produção de conhecimento sobre as questões étnico—raciais que perpassam a sociedade brasileira por meio da publicação de estudos e da realização de eventos que envolvem atores de diversas esferas da sociedade.
Este ano realiza o seu X Seminário Nacional #VIDASNEGRASIMPORTAM que, especialmente nesta oportunidade, integrará as atividades da V Conferência Mundial Sobre Combate às Desigualdades Econômica, Racial e Étnicas, enriquecendo com olhares de pesquisadores com experiência internacional as perspectivas sobre as demandas da população afro—brasileira.
Ao integrar os dois eventos, o Neab pretende aproveitar a sinergia dos atores engajados nessa luta para aprofundar o debate sobre um dos temas mais caros para a população negra diaspórica: os efeitos econômicos danosos dos planos econômicos e reformas neoliberais praticados nos países que vivenciaram a experiência da escravidão e nos quais as populações negras ocupam os piores estratos sociais, sem perspectivas de elevação do nível social, disputando espaços numa sociedade absolutamente meritocrática.
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